É difícil precisar a origem dos instrumentos de sopro, mas há proposições de que poderiam ter surgido na pré-história quando, ao soprar ossos ou bambus, os homens perceberam que podiam emitir sons. Em geral, são formados por um tubo no qual a coluna de ar gera vibrações e as ondas se propagam. Geralmente, quanto maior é o tubo, mais grave é o som que produz. Costuma-se subdividir esta família em madeiras, instrumentos originalmente construídos em madeira, e metais.
Os instrumentos de sopro são bastante antigos, tendo surgido em culturas milenares. Instrumentos semelhantes à flauta, exemplar mais popular e antigo desta família, têm pelo menos 40 mil anos de existência, sendo encontrados em praticamente todas culturas e em todos os continentes.
Instrumentos de sopro eram feitos de chifres e ossos de animais, de bambus e, claro, de madeira. Ao longo do tempo, os metais ganharam importância na fabricação destes instrumentos e até o plástico é atualmente muito usado em sua construção.
Os instrumentos de sopro também têm grande representatividade na história recente da música. Presentes em estilos musicais como o jazz e o choro, alguns deles remetem a grandes ícones da música brasileira, como é o caso do carioca Pixinguinha (1897-1973), um dos maiores compositores flautistas e saxofonistas do século XX, e Joaquim Callado Jr., compositor e flautista, considerado o pai do choro.
Pixinguinha e Joaquim Callado Jr.
A maioria dos instrumentos de sopro possui furos ou mecanismos que, ao serem tapados ou tendo as chaves apertadas pelos dedos do instrumentista, modificam o comprimento acústico do instrumento, produzindo diferentes notas musicais.
Ação dos instrumentos de sopro
Os instrumentos de sopro podem ser divididos em duas categorias: os de madeiras e os de metais. No entanto, é a forma de produção do som que determina sua classificação e não o material construtivo do instrumento.
Esta categoria compreende instrumentos de palhetas mecânicas (simples ou duplas) e palhetas de ar (um jato de ar incide sobre um orifício, como nas flautas transversas, ou numa cabeça contendo um bloco de flauta, como na flauta doce).
Fazem parte desta categoria todos os instrumentos de sopro cujo som é produzido pela adaptação dos lábios do executante sobre um bocal, como nas diversas flautas, ou sobre uma palheta simples ou dupla, como na clarineta e no oboé. Inicialmente os instrumentos desta família normalmente eram construídos de madeira, mas com o passar do tempo, eles foram sendo construídos em outros materiais, como o metal e o plástico. Mesmo assim, não deixaram de integrar a família das madeiras (por tradição, o termo se manteve).
Integram esta categoria os instrumentos de sopro que produzem o som pela vibração direta dos lábios do executante sobre um bocal de metal. Normalmente são construídos em metal, principalmente o latão, e possuem uma sonoridade muito potente. Há instrumentos e bocais desse grupo feitos de resina e outros materiais, que produzem sons semelhantes aos de metal. Os mais importantes representantes deste grupo são a trompa, o trompete, o trombone e a tuba. Todos eles fazem parte da orquestra e também de bandas militares.
Os antigos instrumentos deste grupo possuíam comprimentos fixos. Ao longo do tempo foram adicionados orifícios, chaves, pistões e tubos adicionais, que permitem a variação do comprimento acústico dos instrumentos.