Desde o início do século 20, o feminismo vem se apresentando em ondas, com seus fluxos e refluxos, como afirma a compositora Jocy de Oliveira (i). Primeiramente foram as lutas pelo sufrágio, seguidas mais tarde por conquistas e rupturas comportamentais e sexuais, além da ocupação dos espaços profissionais antes reservados apenas aos homens.
Mas no campo da cultura e, em particular, da música clássica, ainda existem preconceitos em relação à mulher, sobretudo quanto ao ato de criação. Compositoras e regentes são normalmente recebidas com estranheza, não só pelo público em geral como, também, pelos músicos. Felizmente esse cenário vem mudando nos últimos anos, mas muito trabalho de conscientização ainda precisa ser feito.
Regentes como Ligia Amadio, Priscilla Bonfim e Cintia Aliretti e compositoras contemporâneas como Jocy de Oliveira, Kilza Setti e Marisa Rezende, entre tantas outras, têm conquistado o que muitas antecessoras nem imaginavam ser possível. Mas enquanto precisarmos reforçar esses feitos, enquanto houver congressos e debates acerca das desigualdades entre os gêneros (ii), fica evidente que estamos apenas passando por mais uma onda do feminismo.
Exposição Femina Musica Brasilis - GA&C
(i) OLIVEIRA, Jocy de. A mulher compositora e a quarta onda do feminismo. Disponível em: /temas/mulher-compositora-e-quarta-onda-do-feminismo
(ii) Simpósio Mulheres Regentes lança manifesto contra a discriminação no meio musical. Revista Concerto (8/3/2021). Disponível em: https://www.concerto.com.br/noticias/musica-classica/simposio-mulheres-regentes-lanca-manifesto-contra-discriminacao-no-meio