O rapaz de bigode na foto abaixo é o Mestre Caymmi aos 21 anos, entre os amigos Maltez e Pedreira. Na época, movido por sua extraordinária musicalidade, ele já cantava, compunha, tocava violão e até liderava um conjunto vocal, “Os Três e Meio”. Além do líder, integravam o conjunto seu irmão Deraldo, o amigo Zezinho (José Rodrigues de Oliveira) e o baixinho Luís (irmão de Zezinho), que era o “Meio” e tocava pandeiro. O curioso é que Caymmi não costumava incluir músicas suas no repertório dos Três e Meio.
O motivo era que os amigos não gostavam da temática predominante nessas canções, prenúncio do estilo que em breve consagrariam o compositor. Um desses amigos, Esmeraldo Fernandes, chegou a lhe aconselhar: “você canta umas macumbas... para com isso, rapaz, faz umas coisas bonitas...”
Assim, fora do estilo “macumba”, Caymmi chegou a compor uns sambinhas à moda carioca, como “A Bahia Também Dá”, vencedor de um concurso de músicas para o carnaval baiano de 1936. “Ganhei um tremendo abajur de cetim cor de rosa”, relembraria muitos anos depois o compositor premiado.
Sua vida continuaria assim, divertida, por mais algum tempo, só que reconhecendo a impossibilidade de se sustentar cantando na acanhada Salvador dos anos 1930, o jovem Dorival passou a tentar outras atividades que, se bem sucedidas, certamente acabariam com suas pretensões a uma carreira artística.
Então, aconteceu um providencial encontro com um amigo, Baby Soares, pianista de bordo de um dos navios do Loide Brasileiro. Falante, bom argumentador, Baby num instante convenceu os Caymmi, pai e filho, que o futuro do rapaz estava no Rio de Janeiro. Daí, foi só pegar “um Ita no Norte para vim pro Rio morá...”