Piano

Piano Broadwood 1850 http://www.mimo-db.eu/MIMO/infodoc/ged/View.aspx?eid=OAI_CIMU_ALOES_0161987

Piano

Criado no final do século 17, o piano tornou-se o mais conhecido e utilizado instrumento de teclado a partir do final do século 18.

Como funciona?

Seu som é produzido através de martelos acionados pelas teclas, que golpeiam as cordas e, por isso, é capaz de grandes nuances de intensidade.

Um pouco de história...

O piano foi inventado na Itália por Bartolomeu Cristofori, em 1698, e difundiu-se pela Europa ao longo do século 18. Foi também chamado de pianoforte ou fortepiano.

Pianoforte de Bartolomeu Cristofori (1720)

Pianoforte de Bartolomeu Cristofori (1720) - The Metropolitan Museum of Art -  EUA

Os primeiros modelos eram em formato de cauda, similar ao do cravo, mas várias outras formas foram desenvolvidas para o instrumento visando diminuir o espaço ocupado dentro dos lares, como o piano retangular ou de mesa, os verticais ou de armário, entre outros.

Trecho de um inventário de um pianoforte (1798)

Trecho de um inventário de um pianoforte (1798) - Acervo Arquivo Nacional - RJ

A referência mais antiga sobre os pianos no Rio de Janeiro data de 1798 e consta no inventário post-mortem do botânico Antônio Pereira Ferreira: “Piano forte feito no Rio de Janeiro avaliado na quantia de noventa e cinco mil réis”, demonstrando que, antes da chegada da corte, no início do século 19, os instrumentos já eram conhecidos na cidade e possivelmente por aqui fabricados.

Um dos únicos pianos sobreviventes no Rio de Janeiro e que pode ter pertencido à Imperatriz Leopoldina encontra-se localizado atualmente no Museu Imperial de Petrópolis. É um instrumento retangular fabricado nos anos de 1820 pelo conhecido construtor inglês John Broadwood.

Pianoforte de mesa de John Broadwood (c. 1820)

Pianoforte de mesa de John Broadwood (c. 1820) - Museu Imperial de Petrópolis - RJ

A primeira obra brasileira escrita para piano de que se tem notícia é de 1821, composta no Rio de Janeiro pelo padre músico José Maurício Nunes Garcia e intitulada Compêndio de Música e Methodo de Pianoforte.

O piano era o instrumento mais anunciado para venda e leilão nos jornais do século 19. Eram comercializados principalmente instrumentos de renomados construtores ingleses, como mostra a publicação do Jornal do Commercio de 1828: "Leilão que se faz hoje Sexta feira na rua do Ouvidor n.63 de pianos fortes, e fortes pianos de vários autores assim como de Broadwood, Clementi, e outros nomes conhecidos (...)".

A família real portuguesa foi uma importante compradora de pianos no período em que esteve no Rio de Janeiro, tanto para o deleite da corte quanto para aulas de música. Em 1826, foi adquirido um piano para uso pessoal da Rainha D. Maria da Glória, sendo este conferido pelo renomado compositor e tecladista português Marcos Antonio Portugal (1762-1830): "Tendo recebido ordem para pagar hum Piano, que he para a educação de S. M. Rainha de Portugal, o qual custou 400$000 réis, e mais 2$560 réis de transporte para a Chacara, fazendo ao todo a quantia de 402$560 réis, cujo piano foi conferido por Marcos Antonio Portugal".

Um dos únicos pianos sobreviventes no Rio de Janeiro e que pode ter pertencido à Imperatriz Leopoldina encontra-se localizado atualmente no Museu Imperial de Petrópolis. É um instrumento retangular fabricado nos anos de 1820 pelo conhecido construtor inglês J. Broadwood.

Ainda no século 19, o piano foi se popularizando de tal maneira que surgiram os pianeiros, aqueles que tocavam piano de ouvido e normalmente músicas populares. Grandes pianeiros do Rio de Janeiro nos séculos 19 e início do 20 foram Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Ernesto Nazareth (1863-1934) que, dentre outros, foram também compositores que ampliaram o alcance da música popular, levando-a a diversas classes sociais.

Atualmente são muito utilizados no meio musical erudito e popular dois tipos de piano: os acústicos e os digitais. Nos pianos acústicos, o som é produzido mecanicamente, com os martelos golpeando as cordas quando acionados pelo teclado. Dentre os pianos acústicos, tem-se os pianos de cauda, hoje muito mais robustos e potentes que os pianos antigos, e os pianos de armário ou verticais. Já nos pianos digitais o som é produzido eletronicamente, e assemelham-se aos teclados eletrônicos por conterem muitas opções de timbres e ritmos diferentes, porém podem ter formato igual e suas teclas podem possuir peso similar ao piano acústico.

Assista ao vídeo abaixo no qual a pianista Maria Teresa Madeira toca em um piano Broadwood da segunda metade do século 19.

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