O projeto Acervo Digital de Partituras Brasileiras, com duração prevista até 2024, tem como objetivo dar acesso livre e aberto a edições de 5.000 partituras de compositores brasileiros em domínio público através da web.
Entre as obras candidatas estão as de autoria dos seguintes compositores consagrados:
Luís Álvares Pinto (1719 – 1789) |
J.J. Emerico Lobo de Mesquita (1746 - 1805) |
José Maurício Nunes Garcia (1767 - 1830) |
Francisco Manuel da Silva (1795 - 1865) |
D. Pedro I (1798 – 1834) |
José da Gama Malcher (1814 – 1882) |
Henrique Alves de Mesquita (1830 – 1906) |
Antonio Carlos Gomes (1836 – 1896) |
Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935) |
Leopoldo Miguez (1850 - 1902) |
Henrique Oswald (1852 – 1931) |
Euclides Fonseca (1854 – 1829) |
Ernesto Nazareth (1863 – 1934) |
Alberto Nepomuceno (1864 – 1920) |
Alexandre Levy (1864 – 1892) |
Deolindo Froes (1864 – 1948) |
Francisco Braga (1868-1945) |
Meneleu Campos (1872 – 1927) |
Patápio Silva (1880 - 1907) |
Glauco Velasquez (1883-1914) |
Luciano Gallet (1893-1931) |
Lorenzo Fernandez (1897 – 1948) |
Esta relação preliminar foi estabelecida a partir de consulta pública à comunidade musical brasileira – orquestras, universidades e escolas de música -, para a indicação de repertórios elegíveis. O corpus de obras a serem consideradas estará sob a permanente supervisão do Conselho Curatorial constituído em setembro de 2022, do qual são integrantes:
Com o objetivo de ouvir o público-alvo do projeto - músicos, orquestras, estudantes de música, escolas de música e instituições de ensino / universidades -, foi realizada consulta pública através de formulário online no período de 07/03 a 06/04/2022. Neste formulário, foram coletadas sugestões de repertórios a serem apreciados pelo projeto. O formulário foi enviado para mailing selecionado com foco no público-alvo do projeto. Os e-mails foram fornecidos pelo portal Musica Brasilis e Instituto Cultural Vale. No total, foram disparados 2.049 emails e 25 respostas foram recebidas.
A coordenação de pesquisa e a curadoria analisaram as respostas e selecionaram diversos compositores para serem incluídos no projeto, entre nomes como:
Para levantar as fontes a partir das quais serão elaboradas as edições, o Instituto Musica Brasilis tem estabelecido acordos de cooperação com instituições detentoras de acervos. Já foram firmados os seguintes acordos de cooperação:
Estão em avaliação acordos de cooperação com as seguintes instituições:
Acordos de cooperação em perspectiva - contatos preliminares foram estabelecidos com as seguintes instituições:
A preservação digital perene das partituras digitais será assegurada através do convênio com a Rede Cariniana - Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital – iniciativa do IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – órgão pertencente ao MCTI (https://www.gov.br/ibict/pt-br/central-de-conteudos/noticias/2021/dezembro2021/rede-cariniana-e-instituto-musica-brasilis-firmam-parceria).
O projeto colabora com a iniciativa Brasil em Concerto, do Ministério das Relações Exteriores (https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/projeto-brasil-em-concerto), e editou os repertórios de D. Pedro I e Carlos Gomes gravados em 2022 pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
Através da parceria com a iniciativa Wiki Movimento Brasil, serão ampliados o alcance e o reuso das partituras digitais geradas pelo projeto, cujas imagens serão transferidas para o Wikimedia Commons e metadados para o Wikidata (https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:GLAM/Musica_Brasilis).
Desde 2017, o Instituto Musica Brasilis conta com a cooperação da UNESCO para as suas ações.
Os representantes digitais de partituras serão gerados através de duas vias:
- edição de partituras manuscritas, utilizando software específico (ex: Finale, Sibelius)
- digitalização de antigas edições, quando livres de direitos.
Em ambos os casos, as partituras serão disponibilizadas em formato .pdf com resolução de 300 dpi.
Além do portal Musica Brasilis, as imagens de partituras serão também publicadas no Wikimedia Commons, o que contribuirá para ampliar a visibilidade e o reuso. Os metadados serão publicados no Wikidata, que concentra os metadados das principais bibliotecas do mundo (Wikidata como concentrador de metadados, 2022).
A cada partitura digital será atribuído um identificador único - o ISMN (International Standard Music Number for Notated Music) – equivalente ao ISBN para publicações textuais.
As metodologias adotadas para a implementação estarão alinhadas com as melhores práticas da web, de forma a ampliar a facilidade de localização, o acesso e o reuso, de acordo com os padrões estabelecidos pelo consórcio W3C (Linked Data, 2015), Dados Abertos Interligados (LOD – Linked Open Data) e princípios FAIR (GO-FAIR, 2022).
O portal terá recursos de acessibilidade para portadores de necessidades especiais: alto contraste e descrição dos conteúdos por meio de libras.
LANZELOTTE, R.S.G. ZUMPANO, N. 2022. WIKIDATA COMO CONCENTRADOR DE METADADOS: uma parceria para a divulgação de repertórios musicais brasileiros. In: Anais do 7. Seminário de Informação em Arte. Rio de Janeiro: Redarte. https://doity.com.br/media/doity/submissoes/artigo-7138d928bb6cfe0682665e6531d5f8530f0ad54a-arquivo.pdf
LANZELOTTE, R.S.G. ZUMPANO, N. 2022. Difusão do legado musical brasileiro: a disponibilidade de partituras pela Web. In: Patrimônio Musical Brasileiro, Revista LABORHISTÓRICO, v.8, p.325 - 342. https://dx.doi.org/10.24206/lh.v8i1.46739