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Acervo Digital de Partituras Brasileiras

06/03/2023

Objetivos

O projeto Acervo Digital de Partituras Brasileiras, com duração prevista até 2024, tem como objetivo dar acesso livre e aberto a edições de 5.000 partituras de compositores brasileiros em domínio público através da web. Durante o primeiro ano de execução do projeto, em 2022, foram publicadas 1.382 partituras, o que corresponde a 27% do objetivo total.

Entre as obras candidatas estão as de autoria dos seguintes compositores:

Luís Álvares Pinto (1719 – 1789)

J.J. Emerico Lobo de Mesquita (1746 - 1805)

José Maurício Nunes Garcia (1767 - 1830)

Francisco Manuel da Silva (1795 - 1865)

D. Pedro I (1798 – 1834)

José da Gama Malcher (1814 – 1882)

Henrique Alves de Mesquita (1830 – 1906)

Antonio Carlos Gomes (1836 – 1896)

Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935)

Leopoldo Miguez (1850 - 1902)

Henrique Oswald (1852 – 1931)

Euclides Fonseca (1854 – 1829)

Ernesto Nazareth (1863 – 1934)

Alberto Nepomuceno (1864 – 1920)

Alexandre Levy (1864 – 1892)

Silvio Deolindo Froes (1864 – 1948)

Francisco Braga (1868-1945)

Meneleu Campos (1872 – 1927)

Patápio Silva (1880 - 1907)

Glauco Velasquez (1883-1914)

Luciano Gallet (1893-1931)

Lorenzo Fernandez (1897 – 1948)

Esta relação preliminar foi estabelecida a partir de consulta pública à comunidade musical brasileira – orquestras, universidades e escolas de música -, para a indicação de repertórios elegíveis. O corpus de obras a serem consideradas estará sob a permanente supervisão do Conselho Curatorial, constituído em setembro de 2022, do qual são integrantes:

  • Profª Drª Flavia Toni (Academia Brasileira de Música, USP – Universidade de São Paulo)
  • Prof. Dr. Jonas Arraes (UFPA – Universidade Federal do Pará)
  • Profª Drª Lenita Waldige Mendes Nogueira (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)
  • Dr. Manoel Correa do Lago (Academia Brasileira de Música
  • Drª Rosana Lanzelotte (Instituto Musica Brasilis)

Acordos de cooperação e parcerias

Para levantar as fontes a partir das quais serão elaboradas as edições, o Instituto Musica Brasilis tem estabelecido acordos de cooperação técnica com instituições detentoras de acervos. Já foram firmados os seguintes acordos de cooperação técnica:

  • Fundação Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro) - Rede da Memória Virtual Brasileira
  • Biblioteca da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA / USP)
  • Biblioteca do Museu da Universidade Federal do Pará - Fundo Vicente Salles
  • Acervo Lorenzo Fernandez
  • Orquestra Ribeiro Bastos (São João Del-Rei)
  • Núcleo Caravelas - CESEM / Universidade Nova de Lisboa (Lisboa/Portugal)
  • Editora Irmãos Vitale (Rio de Janeiro)
  • Editora Fermata (São Paulo)

Estão em avaliação acordos de cooperação com as seguintes instituições:

  • Biblioteca do Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro) - Fundo Mozart de Araújo
  • Biblioteca do Centro de Artes e Comunicação da UFPE (Recife)
  • Biblioteca do Instituto Ricardo Brennand (Recife) – Fundo Padre Jaime Diniz
  • Centro Cultural São Paulo
  • Faculdade de Artes do Paraná - Universidade do Estado do Paraná
  • Fundação Gulbenkian (Lisboa, Portugal)
  • Instituto Moreira Salles (Rio de Janeiro)
  • Instituto de Estudos Brasileiros - Universidade de São Paulo
  • Museu da Inconfidência (Ouro Preto, MG)
  • Museu Carlos Gomes (Campinas, SP)
  • Núcleo de Acervos da Escola de Música da Universidade Estadual de Minas Gerais (MG)

Acordos de cooperação em perspectiva - contatos preliminares foram estabelecidos com as seguintes instituições:

  • Editora da OSESP
  • UFLA - Universidade Federal de Lavras (MG) - Museu Bi Moreira
  • Universidade Federal de Pelotas (RS)

A preservação digital perene das partituras digitais será assegurada através do convênio com a Rede Cariniana - Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital – iniciativa do IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – órgão pertencente ao MCTI (https://www.gov.br/ibict/pt-br/central-de-conteudos/noticias/2021/dezembro2021/rede-cariniana-e-instituto-musica-brasilis-firmam-parceria).

Desde 2017, o Instituto Musica Brasilis conta com a cooperação da UNESCO para as suas ações.

Metodologia

Os representantes digitais de partituras são gerados através de duas formas:

  • edições a partir de fontes manuscritas, utilizando-se software específico (ex: Finale, Sibelius)
  • digitalizações de antigas edições, quando livres de direitos

As partituras serão disponibilizadas em formato .pdf, com partes separadas para instrumentosm, com resolução de 300 dpi.

A cada partitura digital é atribuído um identificador único - o ISMN (International Standard Music Number for Notated Music) – equivalente ao ISBN para publicações textuais.

As metodologias adotadas para a implementação estão alinhadas com as melhores práticas da web, de forma a ampliar a facilidade de localização, o acesso e o reuso, de acordo com os padrões estabelecidos pelo consórcio W3C (Linked Data, 2015), Dados Abertos Interligados (LOD – Linked Open Data) e princípios FAIR (GO-FAIR, 2022).

O novo portal - em desenvolvimento - terá recursos de acessibilidade para portadores de necessidades especiais: alto contraste e descrição dos conteúdos por meio de libras.

Reuso

Além do portal Musica Brasilis, as imagens de partituras e respectivos metadados são também publicados na Rede da Memória Virtual Brasileira - iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional - e no Wikimedia Commons, o que contribui para ampliar a visibilidade e o reuso. Os metadados são publicados no Wikidata, concentrador de metadados das principais bibliotecas do mundo (Wikidata como concentrador de metadados, 2022).

O projeto colabora com a iniciativa Brasil em Concerto, do Ministério das Relações Exteriores (https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/projeto-brasil-em-concerto), e editou os repertórios de D. Pedro I e Carlos Gomes gravados em 2022 pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Referências

LANZELOTTE, R.S.G. ZUMPANO, N. 2022. WIKIDATA COMO CONCENTRADOR DE METADADOS: uma parceria para a divulgação de repertórios musicais brasileiros. In: Anais do 7. Seminário de Informação em Arte. Rio de Janeiro: Redarte. https://doity.com.br/media/doity/submissoes/artigo-7138d928bb6cfe0682665e6531d5f8530f0ad54a-arquivo.pdf

LANZELOTTE, R.S.G. ZUMPANO, N. 2022. Difusão do legado musical brasileiro: a disponibilidade de partituras pela Web. In: Patrimônio Musical Brasileiro, Revista LABORHISTÓRICO, v.8, p.325 - 342. https://dx.doi.org/10.24206/lh.v8i1.46739